O valsear de Carolina. Uma reflexão para a superação.

O valsear de Carolina. Uma reflexão para a superação.

O valsear de Carolina. Uma reflexão para a superação.

Por Nestor de Almeida.
Carolina adentrou ao salão e começou a observar, os casais que bailavam dois pra lá e dois pra cá. Sentada sozinha lá, no fundo, ao lado de uma mesa, pois, se a recordar: -quantas vezes já estive aqui, com os meus amigos e amigas, para dançar. “Era uma briga” todos os rapazes queriam comigo, bailar. Bailava com José, com o João, com Manuel, não dava tempo nem de descansar, o meu sapato deslizava no salão, todo mundo observar, como eu dançava, dois pra lá e dois pra cá. Hoje estou aqui sozinha, sem ninguém para comigo, bailar. Os velhos amigos se foram, que saudade me dá, só eu fiquei para recordar. Ninguém mais me chamar para dançar.
 
De repente, como quem levou um grande susto, Carolina, pois-se de pé, caminhou para a pista de dança e sozinha começou a valsear. Já que ninguém me convida, eu convido-me, -Carolina, vamos dançar? Livre, solta valseava enquanto a orquestra tocava, todo mundo observava, como aquela senhora dançava, dois pra e dois pra cá. Carolina, no seu vestido azul que ia até o chão, mostrava a silhueta dos seios um pouco caídos, a barriga um pouco crescida, as pernas doloridas, mas nada disso lhe tirava a leveza do bailar. Com os seus cabelos grisalhos e cacheados, a pele enrugada, com um belo sorriso nos lábios ela bailava, bailava, dois pra lá e dois pra cá.
 
De repente houve uma grande comoção, todo mundo entrou na pista, daquele enorme salão, sem os seus pares e como Carolina, começaram a bailar. Até alguns músicos da orquestra, com os seus instrumentos de sopros, desceram do palco e no meio do salão começaram a tocar e com Carolina bailar. Carolina voltou a recordar de quantos bailes na juventude e até o início da sua velhice com seus amigos saíram para dançar. Nunca havia tido tamanha emoção, sentia até que ia parar o coração, enquanto a orquestra tocava, ela deslizava, dois pra lá e dois pra cá…
 
Essa é mais uma lição que Carolina tem a nos ensinar. Se não tem ninguém para bailar contigo no baile da vida, comesse sozinha e em pouco tempo, a multidão e até os músicos vão descer do palco para o salão e com você bailar. Basta você começar, dois pra lá, dois pra cá… Texto: Nestor de Almeida.

Obs: Texto com direito autoral. Pode ser compartilhado, mas não modificado.

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